Sintomas e Tratamentos



Características de uma pessoa que sofre de anorexia nervosa:

- Recusa em manter o peso corporal igual ou acima do mínimo normal adequado à idade e à altura.
- Medo intenso de ganhar peso ou se tornar gordo, mesmo quando está com o peso abaixo do normal.
- Perturbação no modo de vivenciar o peso ou a forma do corpo (negação do baixo peso corporal).

Causas que levam a este distúrbio alimentar:

- Influência dos mass media, impõe o estereótipo de que a magreza é um fator importantíssimo, senão indispensável, para o sucesso social e econômico de uma pessoa;
- A interação sociocultural mal adaptada;
- Personalidade vulnerável;
- Mecanismos/processos psicológicos menos específicos.
- Fatores biológicos: - Alterações hormonais;
- Disfunções de neurotransmissores cerebrais (ligados a regulamentação normal do comportamento alimentar e manutenção do peso);
- Disposição genética (maior probabilidade em gêmeos monozigoticos  do que em dizigoticos);
- Hereditariedade (doentes parentes de 1ºgrau que sofrem/sofreram de anorexia tem um risco aproximadamente oito vezes maior para desenvolver a doença);
- Sistemas familiares (conflitos, envolvimento das crianças em tensões familiares, pais ausentes mães que competem com as filhas física e socialmente);
- Profissões (que ligam beleza a magreza, bailarinas, modelos, etc).

Conseqüências:

- Sintomas depressivos:
- Humor deprimido;
- Retraimento social;
- Irritabilidade;
- Insônias;
- Sentimento de inutilidade.
- Aumento elevado de uréia sanguínea
- Desidratação do organismo
- Alteração de várias substâncias fundamentais ao equilíbrio do organismo
 - O uso de laxantes causa acidose metabólica
 - Nas mulheres a diminuição do estrógeno sérico;
- Nos homens a diminuição dos níveis de testosterona;
- Diminuição do ritmo cardíaco (bradicardia sinusal);
- Arritmia cardíaca;
- Aumento da razão ventricular-cerebral;
- Amenorréia (supressão de menstruações);
- Prisão nos intestinos;
- Dores abdominais;
- Intolerância ao frio;
- Letargia e hipotermia;
- Hipotensão;
- Os pelos do tronco tornam-se mais finos desenvolvendo lanugo;
- MORTE


Tipos de anorexia nervosa

TIPO RESTRITIVO: Neste tipo a perda de peso é conseguida através de dietas, jejuns e/ou exercícios excessivos.

TIPO COMPULSIVO PERIODICO / PURGATIVO: Neste tipo alguns pacientes comem compulsivamente e logo realizam a purgação, mas na sua maioria estão os pacientes que pouco ou nada comem e que mesmo assim fazem o processo de purgação mediante vômitos auto induzidos ou uso de laxantes, diuréticos ou edemas.

Os pacientes/doentes de anorexia nervosa do tipo compulsivo periódico/purgativo estão mais propícios ao abuso do álcool ou outras drogas, são bastante mais ativos sexualmente e com maior instabilidade do humor.

Possível tratamento:

A primeira e principal dificuldade em relação ao tratamento é a negação da doença e a desconfiança em relação aos médicos, pois vêem-nos como inimigos e em que a única coisa  que lhes interessa é faze-los perder a vontade de controlar os seus pesos. Por isso o médico não deve focar ou tornar apenas os hábitos alimentares saudáveis/normais e o ganho de peso como os únicos objetivos.

Dependendo das condições clínicas do paciente, é necessário proceder ao internamento do doente para restabelecimento da sua saúde e a família deve ser informada sobre a gravidade do problema não dando falsas expectativas nem dizer-lhes que a cura será fácil. Neste caso, em que o doente é internado, procede-se à correção hidroeletrolitica (dieta hipercalórica), correcção das possíveis alterações metabólicas e inicia-se um tratamento psiquiátrico.

A psicofarmacoterapia é indispensável e normalmente faz-se com anti- depressivos que tenham como efeito colateral também o estimulo do apetite e o ganho de peso e caso haja necessidade de sedar o paciente (quase sempre é necessário) é recomendado que seja feito com neurolépticos e de preferência aqueles que aumentam o apetite. Apesar de todo este processo e das melhoras é bom que se lembre que as recaídas são freqüentes e nos casos de internamento a taxa de recidiva imediata é superior a 25%, por isso o seu acompanhamento deve ser feito por muitos anos.